Por Raquel Cruz Xavier

16/10/2018

Futurecom 2018 e o painel sobre a adoção da tecnologia 5G no Brasil e oportunidades de valor agregado para operadoras

Cobertura Futurecom - tecnologia 5G no Brasil

Além da regulação do sinal apresentado neste outro artigo do Blog, o primeiro dia do Futurecom 2018 trouxe o levante sobre quais os principais desafios que o mercado enfrenta para adotar a tecnologia 5G no Brasil.

O assunto foi tema do Painel Brasil do 5G Americas, que contou com a presença de Ari Lopes, analista principal da Ovum; Eduardo Tude, presidente da Teleco; Renato Pasquini, diretor consultivo da Frost & Sullivan; e a mediação de Fernando Paiva, diretor de Conteúdo do site Mobile Time.

Apesar do timming adequado, questões burocráticas e interesses políticos são os principais vilões dessa história.

“Acredito que o processo está se desenrolando no tempo correto, considerando que até o fim de 2019 (quando está previsto o processo de licitação), as operadoras terão tempo para estruturar suas redes”, explica Tude.

Para o executivo, a principal preocupação é a licitação. “Estamos cansados de ouvir planos de que o dinheiro arrecadado pelo leilão será direcionado para o investimento em necessidades do setor, mas, quando chega a hora, o montante vai todo para o tesouro”, afirma.

 

Modelo de licitação, impostos e estrutura

A questão levantou a deixa para que os participantes pudessem expor suas apostas sobre o modelo de licitação que será adotado. A resposta foi unânime: arrecadatório.

“A verdade é que está muito fácil ‘arrancar’ um dinheiro a mais do nosso setor”, diz Ari Lopes, que compartilha da mesma queixa que Tude no que se refere ao retorno desses impostos.

Outro entrave está relacionado às regulações municipais para a instalação de antenas. “A lei foi aprovada, mas é ignorada pelos municípios. Por isso, não basta só seguir a regulamentação: é preciso orientar as prefeituras para organizar essa implantação”, analisa Tude.

Em relação ao mercado, outra questão levantada por Paiva é a possibilidade do 5G ser responsável pela ascensão de grandes novos competidores no mercado de operadoras.

“Apesar de wireless, essa tecnologia será dependente de fibra também. Por isso, acho difícil surgir um player que se dedique puramente a essa tecnologia. O que pode ocorrer é o surgimento de operadoras virtuais que ofereçam infraestrutura para modelos específicos de negócio”, explana Lopes.

Sobre a real viabilidade de 5G, no sentido das aplicações que “vão pegar” por aqui, Renato Pasquini acredita que as tecnologias Computing Edge devem impulsionar a implantação de uma infraestrutura adequada para tecnologia 5G no Brasil. “E a partir do momento em que essa estrutura estiver viabilizada, a criatividade é o limite”, enfatiza.

 

Valor agregado para tecnologia 5G no Brasil

Por fim, os participantes do painel foram convidados a refletir sobre quais as oportunidades de valor agregado as operadoras podem explorar a partir dessa nova tecnologia.

Nesse sentido, todos concordaram que a oferta de serviços mais voltados para atender as demandas B2B se configuram como o caminho ideal nessa estratégia.

“As operadoras precisam entender que não é mais interessante ser apenas um fornecedor de conectividade. É preciso descobrir quais outras verticais de negócio fazem sentido para elas”, afirma Lopes.

 

Esse artigo faz parte da cobertura do Futurecom 2018! Fique por dentro dos principais temas abordados no evento sob a ótica da Khomp!

 

 

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