Por Raquel Cruz Xavier

19/05/2017

Design Thinking no desenvolvimento de softwares

O Design Thinking pode ser utilizado para encontrar soluções inovativas em problemas de diversas áreas. Neste processo, colocar-se no lugar do cliente, idealizar soluções, prototipar e testar são passos importantes para alcançar um resultado ideal e de valor.

O que é Design Thinking

Design Thinking é uma metodologia utilizada para solucionar problemas complexos através de novas ideias, bem como encontrar soluções para clientes. Esta prática vai além do fluxo convencional problema-solução. Ela envolve a habilidade de intuição, de reconhecer padrões, de construir ideias que são emocionalmente significativas e valorizadas, além de outras etapas como prototipar e testar.

O processo do Design Thinking

O processo possui 6 passos: empatia, definição, idealização, prototipação, teste e entrega. Este mesmo processo poderia conter um número diferente de etapas, mas cada passo deve representar uma chave do qual resulte valor ao processo todo. Desta forma, para fins deste artigo, foi dividido em 6.

Design Thinking para desenvolvimento de softwares Khomp

Design Thinking para desenvolvimento de softwares Khomp

O Design Thinking envolve criatividade e pessoas. Por isso, não há uma receita ou fórmula para inovar o seu processo de criação. No seu contexto, irá funcionar como aprender através de novos comportamentos. Isto porque as pessoas possuem diferentes maneiras de pensar sobre como solucionar um mesmo problema. Ainda sobre pessoas, poderá ser desconfortante para algumas interagir com sua equipe ou com seu cliente logo no início, ou então realizar uma série de experimentos e sentir que não houve o resultado esperado. E é justamente este o sentido do processo: aprender através de novos comportamentos. Por ser altamente interativo, cada nova execução de um passo será mais confiante e produtiva.

Outras duas chaves do processo são a equipe e o espaço. Uma equipe multidisciplinar e diversa enriquece o número de ideias. Por isso, pode haver não apenas membros de um mesmo setor, mas também gerentes, designers e desenvolvedores de outras áreas. Por fim, um bom espaço é fundamental para o trabalho, pois ele colabora com a criatividade da equipe.

Este processo requer comunicação. Logo, é necessário haver um local para espalhar ideias entre os membros, seja de forma verbal, virtual, por meio de softwares desenvolvidos para isso ou mesmo de forma física, com post-its nas paredes. Além disso, o espaço deve ser suficiente para prototipar suas ideias.

As 6 etapas do Design Thinking

Empatia

Nesta etapa deve-se aprender tanto quanto for possível sobre o tópico e os futuros usuários da solução que resulta deste projeto.

Para isto, é necessário focar nas perspectivas do usuário, observar suas ações, aprender suas necessidades e ser capaz de se colocar em seu lugar. A entrevista é uma ferramenta capaz de ajudar com a empatia. Por isso, escolha pessoas envolvidas no seu tópico, observe, entreviste, aprenda com vivências e emoções. Isso irá aumentar a sua perspectiva. Busque aprender também com os extremos, usuários experts e iniciantes, que além de trazer novas visões, também serão os pontos limites na sua faixa de usuários.

Definição

É o “ponto de visão”, claro e objetivo para toda a equipe, do problema delimitado.

Neste passo delimita-se o problema, utilizando o registro das necessidades e conhecimentos que foram descobertos durante o passo de empatia. Essas informações serão compartilhadas com a equipe de desenvolvedores, para que todos possam chegar na mesma visão. Aqui, ferramentas como criação de personas podem ajudar no processo, que resultará numa definição muito mais clara sobre o problema.

Idealizar

A etapa de geração de alternativas, sem julgamento, e de conceitos direcionais.

Em outros processos criativos utiliza-se muito a conhecida ferramenta de brainstorming. Essa ferramenta também deve ser utilizada aqui e ir além. Esta é a fase para criar muitas opções inesperadas para o problema definido na fase anterior.

As soluções realmente inesperadas virão da diversidade da equipe atuante, conforme já mencionado anteriormente. O não julgamento de ideias durante a construção delas também é fator fundamental para que o processo flua. Isso pode não gerar um ideia de valor, mas irá criar novas conexões em meio às ideias de todos, reforçando a chance de novas grandes ideias surgirem. Por fim, permita que a combinação de ideias gere novas ideias para o exercício da criatividade e inovação. A probabilidade de se chegar a uma ideia genuína e representativa do problema será ainda maior.

Após chegar ao ponto de haver muitas ideias espalhadas pela sala, a equipe deve escolher um ou mais conceitos que sirvam ao problema já definido. Esta nova definição servirá para o próximo passo.

Prototipar

Experimentar e aprender.

Prototipar deve ser encorajado a se pensar como uma atitude e não como algo a ser entregue. Nesta fase não se busca a solução correta, mas sim como aprender o mais rápido possível. Um protótipo deve ser algo pequeno e simples, para que seja possível aprender o que irá funcionar ou que deverá ser descartado.

A melhor opção para um protótipo é que ele seja experimental. A interação do material com o usuário é que será capaz de expor o que realmente funciona.

Testar

A coleta das experiências adquiridas com os protótipos.

Neste momento as soluções que foram idealizadas e prototipadas serão validadas pelo usuário, que deve ser livre para testar de n maneiras o protótipo que lhe for confiado. Com base na avaliação do uso, observação, questionamento e parecer, será possível perceber o que funcionou. Agora que o feedback foi dado e novos pontos foram compreendidos, o protótipo poderá ser adaptado e novos usuários poderão utilizá-lo, a fim de renovar o seu ciclo de feedback.

Entrega

Seu primeiro resultado entregável.

Após adaptar várias vezes o seu protótipo e coletar informações positivas e negativas, é dado o momento de concretizar, junto à equipe, o que será o entregável.

Neste ponto o ciclo é renovado. Uma vez que este entregável esteja pronto, ele pode ser apresentado não apenas ao usuário inicial, mas também ao expert. A cada nova interação, um novo produto mais maduro e mais próximo ao seu objetivo final será apresentado.

Considerações finais

Todo problema pode ser melhor resolvido com criatividade e inovação, assim como em quaisquer outras situações, tais como desenvolvimento de produtos, soluções personalizadas para clientes com briefings desafiadores e até mesmo em momentos do dia-a-dia. No entanto, as palavras “criatividade” e “inovação” criam uma tensão quase bloqueadora naqueles que precisam dessas ferramentas para gerar soluções. O Design Thinking apresenta-se então como uma metodologia a ser utilizada para auxiliar nesse processo, tornando-o assim mais criativo e inovador.

Nas empresas é importante refletir se este processo realmente funciona para a sua equipe, seu projeto e seu negócio. Neste aspecto, todas as etapas do processo podem (e devem) ser adaptadas, para se produzir novos comportamentos e resultados que irão trazer melhor adaptação e performance à equipe.

Referências:
KATZ, Tim; BROWN, Barry. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Editora Elsevier, 2010.
GEKELER, Moritz; GUERTLER, Jochen; KEMBEL, George. Developing Software Using Design Thinking. OpenSAP, Edition Q1/2017. Disponível em: https://goo.gl/JA3QTz.
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